Fonte: Jornal do Commercio
Com a retomada do crescimento econômico, o governo pretende contar com o mercado segurador para remover gargalos no processo de contratação e execução de obras públicas, segundo conta o titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Roberto Westenberger, para quem esse suporte pode ser dado pelo seguro de garantia contratual. “O Brasil precisa desse seguro. Será uma importante alavanca para o desenvolvimento do País. O governo confia no mercado para que se tenha a garantia de conclusão das obras”, assinala.
O apelo do superintendente da Susep é voltado, principalmente, para as companhias de resseguros, a quais ele pede também o desenvolvimento de novos produtos “até mesmo onde não há uma projeção de retorno financeiro imediato”. Segundo ele, é justo que empresas privadas foquem a sua atuação em produtos e serviços que ofereçam os maiores lucros. Contudo, ele destaca que é preciso também atender a necessidades do mercado onde esse retorno não é tão certo. “O resseguro é a locomotiva do mercado no sentido de prover os produtos mais necessários. O lucro acaba vindo naturalmente”, observa Roberto Westenberger, que abordou o assunto no recém-encerrado Encontro de Resseguros do Rio de Janeiro.
Sobre o mesmo assunto, o presidente da Federação Nacional das Resseguradoras (Fenaber), Paulo Pereira, adianta que o segmento está pronto para atender a demanda do governo. Segundo ele, apesar de o Brasil passar por um momento de forte instabilidade na economia, as grandes obras não podem ser interrompidas. “Os mercados de seguros e de resseguros responderão com a capacidade que o País precisa”, sustenta o executivo.
Transferência de riscos
Paulo Pereira conta ainda que a proposta da Susep passa pelo aumento do limite máximo para a cobertura do seguro de garantia de 5% para 30% da importância segurada para grandes obras. Paulo Pereira acredita que o redesenho desse produto estará pronto ainda este ano. “Entendemos que poderemos alavancar bastante o seguro-garantia no Brasil”, avalia o presidente da Fenaber.
Já o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Marcio Coriolano, diz que há mais espaço para o avanço do resseguro no Brasil, além da de carteira de garantia contratual. Na opinião dele, o resseguro pode ter um papel relevante nos ramos da saúde e rural e na cobertura para riscos financeiros e cibernéticos.
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