Fonte: Valor
A estimativa dos economistas para a inflação deste ano recuou pela terceira semana consecutiva, segundo o boletim Focus, do Banco Central (BC). Essa queda ocorre após a prévia de março ter ficado bem abaixo do esperado e acompanha uma piora na projeção para a atividade econômica do país em 2016.
A mediana das estimativas para o avanço do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) saiu de 7,43% para 7,31%. Há um mês, estava em 7,57%. A projeção em 12 meses também cedeu, de 6,60% para 6,48%. A projeção para 2017 seguiu em 6% de aumento.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA-15 de março subiu 0,43%, após ter marcado 1,42% de alta um mês antes. Também na semana passada, o IBGE informou que o desemprego das seis maiores regiões metropolitanas do país subiu para 8,2% em fevereiro, com um tombo de 7,5% na renda real dessas regiões ante o mesmo período do ano passado. A Pnad Contínua, que abrange todo o país, mostrou desemprego de 9,5% em janeiro, ante 6,8% no mesmo período em 2015. Já o Caged, do Ministério do Trabalho, informou que foram fechados 104,5 mil postos formais de trabalho no mês passado. Em 12 meses, 1,7 milhão de empregos com carteira assinada foram perdidos.
Outro fator que deve injetar menos pressão sobre os preços é o dólar, que foi revisto para baixo pela sexta semana consecutiva, de R$ 4,20 para R$ 4,15 ao fim de 2016. Para o fim de 2017, a previsão passou de R$ 4,30 para R$ 4,20.
Com as expectativas de inflação caindo a cada semana, os economistas não têm mexido nas projeções para a Selic, que seguem em 14,25% em 2016 e 12,50% em 2017.
Entre os analistas Top 5, que mais acertam as projeções no médio prazo, a previsão para o incremento do IPCA de 2016 caiu de 7,46% para 7,18%. Para 2017, seguiu em 6,20%. Quanto à Selic, eles elevaram a expectativa para 2016 de 14% para 14,25% e reduziram a de 2017, de 12,50% para 12%.
Atividade
Enquanto isso, a recessão deve continuar se aprofundando, na visão dos economistas que contribuem para o Focus. A mediana das estimativas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 passou de recuo de 3,60% para retração de 3,66%, enquanto a expansão da atividade prevista para 2017 foi de 0,44% para 0,35%.
Foram revisadas as projeções para a produção industrial deste ano e a do próximo – a de 2016 saiu de queda de 4,50% para recuo de 4,40% e a de 2017 foi de 0,57% para 0,85% de crescimento.
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