Fonte: Valor
O dólar e os juros futuros disparam nesta quarta-feira, com a moeda americana alcançando máximas não vistas em quase dois meses e os juros futuros mais longos operando em patamares alcançados pela última vez no fim de setembro.
O mercado se ajusta à saída dada como certa de Joaquim Levy do comando do Ministério da Fazenda, o que para investidores aumenta as chances de uma guinada para uma política fiscal mais frouxa e, por tabela, para a probabilidade de o Brasil passar a ser grau especulativo por outra agência de risco além da Standard & Poor’s (S&P).
Esse cenário reforça a perspectiva de saída forte de capital capaz de depreciar mais o câmbio e exigir juros mais altos para manter a atratividade dos ativos do Brasil.
Conforme reportagem do Valor, o Planalto pediu que Levy ficasse por mais um tempo para permitir uma transição suave e não assustar os mercados. A saída de Levy teria sido construída após o ministro condicionar sua permanência à manutenção da meta de superávit primário de 0,7% para 2016. Ontem, parlamentares confirmaram a redução da meta para entre zero e 0,5% do PIB, decisão que contrariou Levy, mas foi ao encontro do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Na prática, contudo, a volta de abatimentos pode fazer com a meta fique em zero.
Não bastassem as questões locais, a expectativa pela decisão de política monetária nos Estados Unidos também adiciona ainda mais tensão. O dia já é de perdas para moedas emergentes e nova queda nos preços do petróleo.
Às 10h13, o dólar comercial subia 1,55%, a R$ 3,9382. Na máxima, a cotação foi a R$ 3,9578, maior patamar desde 22 de outubro (R$ 3,9638). No mercado futuro, o dólar para janeiro avançava 1,62%, para R$ 3,9545, depois de ir a R$ 3,9750.
Entre os DIs, a taxa do contrato com vencimento em janeiro de 2021, mais sensível à percepção de risco, tinha alta a 16,350% ao ano, contra 16,100% no ajuste de ontem. Na máxima, foi a 16,530%, pico desde 29 de setembro (16,890%).
O DI janeiro de 2017 subia a 16,080%, frente a 15,980% no ajuste anterior e máxima hoje de 16,200% – a maior desde também 29 de setembro (16,750%).
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