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Fitch prevê expansão entre 4% e 7% para crédito no Brasil em 2016

17/03/2016
Tempo de leitura 2 min

Fonte: Valor

A agência de classificação de risco Fitch Ratings calcula um crescimento entre 4% a 7% no estoque de operações de crédito no Brasil em 2016, em meio a um cenário de aumento da inadimplência. Em 2015, a expansão foi de 6,6%, na comparação com o ano anterior. “A Fitch Ratings estima que o crescimento do crédito permanecerá baixo, devido às severas condições econômicas, à modesta demanda por crédito e ao baixo apetite por risco dos bancos”, afirma a agência.

Em relatório publicado nesta segunda-feira, a Fitch avalia que a inadimplência deve “continuar aumentando em 2016, dada a expectativa de continuidade da recessão econômica” no país.

A agência também diz que o pacote de R$ 83 bilhões em estímulos ao crédito anunciado em janeiro pelo governo deve ter um “impacto modesto” sobre o crescimento dos financiamentos. O programa inclui a abertura de linhas de crédito rural e de capital de giro via bancos públicos e o uso de verbas do FGTS como garantias de operações de crédito.  “O pacote anunciado, de R$ 83 bilhões, respondia por apenas 2,3% do total de concessões de crédito realizadas no país durante 2015 (R$ 3,6 trilhões).” Por outro lado, a Ficht avalia que o pacote pode ajudar pequenas e médias empresas a alongarem suas dívidas, o que lhes daria fôlego adicional.

“Dado seu papel anticíclico na economia, aliado a uma possível interferência política, instituições públicas devem continuar a apresentar, em 2016, crescimento maior em relação a instituições privadas e estrangeiras”, afirma a agência. Em 2015, o estoque de operações dos banco públicos cresceu 9,5%, ante os 16,7% registrados em 2014. “Os bancos públicos federais (por sua missão pública) e os bancos pequenos e médios (por suas concentrações naturais em crédito) são mais vulneráveis às pressões de qualidade de ativos”, acrescenta.

A Fitch também espera uma nova redução na concessão de créditos a empresas, o que fará de 2016 o terceiro ano consecutivo de queda. “Os segmentos corporativo e de pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam menor geração de caixa e aumento do custo de captação, tanto no mercado doméstico como no exterior, e poderão ter maiores dificuldades de refinanciamento”, avalia a agência.

Parte dessa retração no crédito corporativo se deve, na avaliação da Fitch, à queda nos desembolsos do BNDES. “Mesmo considerando as recentes iniciativas anunciadas pelo governo/BNDES para incentivar projetos de infraestrutura em 2016, a menor participação do BNDES no crédito corporativo nos próximos anos poderá elevar o custo de financiamento a empresas a curto e médio prazos, justamente no período de maior fragilidade do mercado, no qual empresas contam com um menor número de alternativas para se refinanciar e com reduzido fluxo de caixa.”

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