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Inadimplência recorde muda rotina de imobiliárias e seguradoras

10/11/2022
Tempo de leitura 2 min

Fonte: Imobi Report

A taxa Selic estagnou em 13,75% ao ano e a inflação vem apresentando  números negativos nos últimos meses. Porém, há um outro dado que preocupa na economia brasileira: o aumento da inadimplência, fator que traz impactos diretos para o mercado imobiliário, especialmente imobiliárias, financeiras e seguradoras.

O número de endividados bateu recorde em outubro e agora atinge 30,3% da população. Este é o maior índice da série histórica iniciada em 2010. Os números foram levantados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Em 12 meses, a alta foi de 4,7 pontos percentuais. Em outubro do ano passado, o total de inadimplentes era de 25,6%.  

Análise qualificada de clientes ajuda a reduzir inadimplência no imobiliário

Além de aumentar o risco de não recebimento de aluguéis, a inadimplência atrapalha a aprovação de financiamentos e a contratação de garantias locatícias, impactando negativamente o mercado imobiliário.

Não é um fenômeno recente no mercado da locação. As taxas de aprovação de cadastros de candidatos a inquilinos, que historicamente girava em torno de 52% a 54%, chegou à faixa de 36% a 37% em meados do ano. 

Por conta disso, seguradoras e garantidoras de aluguel apertaram o filtro e reduziram a proporção de cadastros aprovados no primeiro semestre de 2022, em relação ao ano passado.

A qualificação dos clientes tem se mostrado o melhor caminho para manter o caixa saudável. Algumas imobiliárias, seguradoras e financeiras consultadas pelo Imobi Report relatam que o uso de critérios mais rígidos vem gerando resultados positivos e assim a inadimplência entre mutuários sofreu ligeira redução nos últimos dois meses. 

Porém, o custo disso é restringir ainda mais o acesso à moradia para uma grande parcela da população. E com o risco de colocar bons pagadores entre os inquilinos negativados, reduzindo temporariamente o mercado. 

Vale ressaltar que o crédito consignado, formato em alta no país, prioriza a segurança dos bancos ao permitir o recebimento direto na fonte de renda do tomador. Sem garantias sólidas em caso de inadimplência, os demais agentes envolvidos neste modelo de negócio ficam de mãos vazias, favorecendo a formação de uma bola de neve e intoxicando o ecossistema.  

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