Fonte: Valor Econômico – Denise Bueno
Com vendas 10% maiores no ano passado, para quase R$ 200 bilhões (sem considerar saúde), as projeções do mercado segurador para 2015 são de crescer 11,9%, segundo estudo da consultoria Siscorp. Mesmo diante de uma economia combalida, o país permanece na estratégias dos CEOs das maiores seguradoras do mundo.
“O crescimento de economias como o Brasil, a China e a Índia e a revolução digital estão transformando o mercado de seguros. O Lloyd’s e o mercado de Londres estão em posição favorável para aproveitar as oportunidades apresentadas pelas economias atualmente sub-seguradas e em alto crescimento ao redor do mundo”, diz Inga Beale, a primeira mulher a assumir o comando de Lloyd’s of London, que reúne mais de 70 investidores na oferta de proteção aos mais diversos riscos, com negócios em mais de 220 países.
Inga e vários executivos estrangeiros chegam ao Rio de Janeiro em meados de abril para participar do 4º Encontro de Resseguro, realizado pela CNseg. “Temos hoje uma fatia de 12% no mercado de resseguros brasileiro e agora buscamos opções mais amplas de acesso para apoiar ainda mais o crescimento do Brasil”, disse.
O mesmo afirma o presidente da Allianz Brasil, Miguel Pérez Jaime. “Tivemos aprovação de injeção de R$ 700 milhões em aporte de capital para 2014 e 2015 pois o país é um importante mercado e nossos acionistas olham seus investimentos no longo prazo”, disse ele ao lançar o segundo investimento em naming rights no Brasil. O primeiro foi o Allianz Parque, inaugurado em novembro. Em março, anunciou parceria com a Fundação Ayrton Senna para o lançamento do seguro de automóvel Allianz Ayrton Senna.
No Japão, o mesmo entusiasmo. “Apostamos que a partir do terceiro trimestre o clima no Brasil será melhor e quem sabe até as previsões do PIB mudem de queda para estável e quem sabe um pequeno crescimento”, afirma José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine, que avançou 17,4% em vendas no primeiro bimestre deste ano. “Continuo fiel em projetar alta de 15% ao ano até 2017, o que nos fará sair os R$ 3,3 bilhões em 2014 para R$ 5 bilhões em 2017.”
As empresas de capital nacional têm o mesmo otimismo. Os três principais concorrentes, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, que juntos detêm mais de 60% do segmento de seguros, previdência e capitalização (exceto saúde), têm estimativas para seguros que se mantém acima das projeções de crescimento do crédito. O Bradesco estima crescer 12% a 15% em 2015. “Além da demanda aquecida para seguros, não se espera instabilidade nos planos de aposentadoria como a registrada no primeiro semestre de 2014″, afirma Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros, que encerrou 2014 com vendas de R$ 56,2 bilhões.
No Itaú, a expectativa de crescimento é de 9% a 11%. A estratégia do banco tem foco na comercialização de seguros massificados de pessoas e patrimoniais, tipicamente relacionados ao varejo bancário com clientes. Em 2014, o resultado com as operações de seguridade atingiu R$ 6,8 bilhões.
A BB Seguridade, holding que administra empresas de seguros, previdência, sáude e capitalização do Banco do Brasil, obteve lucro líquido de R$ 3,5 bilhões em 2014, 40% acima do ano anterior. A expectativa para este ano, segundo o presidente da Marcelo Labuto, é ter um ganho até 22% maior, considerando-se a projeção com intervalo entre R$ 3,6 bilhões e R$ 3,9 bilhões. “Em 2014, a projeção de rentabilidade era 44% e chegamos a 49%. Isso mostra que estamos aproveitando a baixa penetração de seguro no Brasil com oferta qualificada”, diz Labuto.
Disponível em: http://www.valor.com.br/financas/3984362/mercado-segurador-projeta-alta-de-119
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